Albert Einstein concebia a substância do universo como energia — uma força dinâmica, em constante mutação e transformação. Sua visão reforçou a ideia de que a realidade não é fixa, mas um fluxo contínuo de interações e mudanças.

Muito antes dele, Hegel interpretou a própria história da humanidade como um processo dialético, no qual forças opostas se confrontam, superam-se e dão origem a novos estágios de desenvolvimento. Para Hegel, a evolução do pensamento e da sociedade não ocorre de maneira linear, mas por meio de um embate incessante entre contradições.

Entretanto, poucos foram tão radicais nessa concepção quanto aquele que inaugurou a Filosofia: Heráclito. Para ele, a essência do mundo reside na transformação. Nada permanece idêntico a si mesmo; tudo flui. O Ser é movimento, e a tensão entre os opostos — como o quente e o frio, o dia e a noite, a vida e a morte — constitui a própria estrutura da realidade. Seu pensamento foi sintetizado na célebre máxima: “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio”, pois tanto o rio quanto aquele que nele mergulha já não são os mesmos.

Heráclito não apenas lançou as bases para uma filosofia do devir, mas influenciou profundamente a concepção de mundo adotada por inúmeros pensadores ao longo dos séculos. Sua visão da realidade como um fluxo incessante ressoa, de maneiras distintas, em Hegel e Einstein — provando que, mesmo em meio à mudança, algumas ideias fundamentais permanecem.