Burnet sustenta que a filosofia nasceu na Grécia com uma motivação cosmológica — isto é, uma tentativa de explicar o mundo natural sem recorrer à mitologia tradicional. Segundo ele, os primeiros filósofos foram cientistas naturais primitivos, interessados na "physis" (natureza), e preocupados com os princípios fundamentais de todas as coisas (o “archê”).
Para Burnet, isso representa um divisor de águas: os jônios iniciaram o processo racional de conhecimento e lançaram as bases da Filosofia de Platão, Aristóteles e todos os seus sucessores.
Interpretação histórica: Burnet vê nos pré-socráticos o ponto de partida da Filosofia, rompendo com a tradição anterior e inaugurando um novo modo de pensar
Recusa da origem oriental: Argumenta com firmeza contra a teoria de que a filosofia grega teria derivado da egípcia ou babilônica.
Continuidade intelectual: Em vez disso, considera os pré-socráticos como fundadores da escola que culminaria em Platão e Aristóteles.
Valorização do racionalismo antigo: Enfatiza o nascimento do pensamento científico e filosófico a partir da observação e da curiosidade — não da mitologia.
Escola de Mileto
Tales, Anaximandro e Anaxímenes, vistos como os primeiros a buscar uma substância fundamental
Pitágoras
A matemática como estrutura do real.
Xenófanes
Crítica à religião antropomórfica e defesa da unidade do ser.
Heráclito
Crítica à religião antropomórfica e defesa da unidade do ser.
Parmênides
O ser imóvel e eterno, em contraste com Heraclito.
Empédocles
As quatro raízes e as forças de Amor e Ódio.
Anaxágoras
O Nous como princípio ordenador.
Atomistas
Leucipo e Demócrito — a explicação mecânica do mundo.
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